Uma onda de protestos contra uma reforma judicial proposta pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tomou conta de Israel no sábado (22 de julho). Milhares de pessoas se reuniram em várias cidades do país para se opor às mudanças, que dariam ao governo mais controle sobre a Suprema Corte.
Os protestos começaram em Tel Aviv, a maior cidade de Israel, e se espalharam rapidamente para outras cidades, incluindo Jerusalém, Haifa e Beersheba. Os manifestantes carregavam bandeiras israelenses e cartazes com slogans como “Não para Netanyahu” e “A justiça não está à venda”.
Em Tel Aviv, os manifestantes bloquearam as ruas e fecharam o trânsito. A polícia tentou dispersar os manifestantes com gás lacrimogêneo e balas de borracha, mas os protestos continuaram.
Os protestos contra a reforma judicial são um sinal do crescente descontentamento do povo israelense com o primeiro-ministro Netanyahu. Netanyahu está no poder há mais de 12 anos e é acusado de corrupção e abuso de poder. Ele também está enfrentando uma investigação criminal por supostamente receber subornos e obstruir a justiça.
A reforma judicial proposta daria ao governo mais poder para nomear juízes para a Suprema Corte e para demitir juízes que não sejam agradáveis ao governo. Isso seria uma violação significativa da independência judicial e muitos israelenses temem que dê a Netanyahu um controle descontrolado sobre o sistema judicial.
Os protestos contra a reforma judicial são um sinal do crescente descontentamento do povo israelense com o primeiro-ministro Netanyahu. Eles também são um lembrete de que a democracia israelense é frágil e deve ser defendida.
Milhares de manifestantes se reuniram do lado de fora do Knesset, o parlamento israelense, e ao longo da Begin Highway na segunda-feira, para protestar contra a aprovação do chamado projeto de lei de “razoabilidade” que retirará certos poderes da Suprema Corte.
À noite, os manifestantes tomaram as ruas de cidades em todo o país. Em Tel Aviv, manifestantes se reúnem no entroncamento Kaplan, local central dos protestos.
Também houve protestos em Jerusalém. A polícia de Israel usou jatos de água malcheirosa (conhecidas como “água de gambá”) contra os manifestantes que bloqueavam a Begin Highway, uma das principais estradas da cidade, na noite de segunda-feira. Equipes da CNN na área constataram viram e cheiraram.
A polícia nunca havia usado esse tipo de medida contra os manifestantes.
No centro do país, um carro passou por uma multidão de manifestantes no centro de Israel nesta segunda-feira, ferindo levemente três pessoas, disse a polícia israelense.
Imagens do carro dirigindo contra uma pequena multidão em uma rodovia bloqueada pelos manifestantes foram divulgadas pela mídia local.
A polícia disse que está procurando o carro que fugiu depois de atingir várias pessoas.
A emenda faz parte de mudanças judiciais mais amplas que o governo anunciou em janeiro, logo após ser empossado, desencadeando meses de protestos sem precedentes em todo o país e despertando preocupação entre os aliados no exterior com a saúde democrática de Israel.
De CNN Brasil e Reuters.
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