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Custo da Construção aumenta em junho, mas acumulado do ano é menor que em 2022

Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o Índice Nacional do Custo da Construção - M (INCC-M) variou 0,85% em junho, frente aos 0,40% apurados em maio. No ano, a alta é de 2,019% e acumula 4,29% em 12 meses. Em junho do ano passado, a alta acumulada em 12 meses era de 11,75%

Construir ficou um pouco mais caro no mês de junho. É o que mostra o último Índice Nacional da Construção – M (INCC-M), divulgado pela Fundação Getulio Vargas. No sexto mês do ano, o Índice variou 0,85% em relação aos 0,40% apurados no mês anterior. Apesar do aumento, os números indicam retração no custo da construção quando se analisa o acumulado dos últimos 12 meses. Neste ano, a alta acumulada está em 4,29%, bem abaixo da alta acumulada de 11,75%, percentual registrado em junho de 2022.

Um dos fatores que elevam os custos é a mão de obra do setor. Enquanto o índice de materiais, equipamentos e serviços passou de 0,06% em maio para -0,09% em junho, o índice referente a mão de obra teve aumento de 1,81%. Em maio, o percentual foi de 0,75%. Esse fenômeno – de alta da mão de obra elevando o custo da construção – também foi detectado na pesquisa mensal produzida pelo IBGE e Caixa Econômica Federal. O custo nacional da construção, por metro quadrado, que em maio fechou em R$ 1.699,79, passou em junho para R$ 1.706,50, sendo R$ 1.001,63 relativos aos materiais e R$ 704,87 à mão de obra.

Para quem precisa construir ou reformar, uma opção para não estourar o orçamento proposto é investir na elaboração de um projeto, em que conste o planejamento completo da obra. Com 21 anos de experiência na área de Engenharia Civil, a engenheira Luciana Nossi Nakamura explica que o projeto é elaborado tão logo se defina o escopo da obra. Definir o que e como se quer a obra é essencial para iniciar o planejamento.

“Os projetos são necessários para que se possa medir a quantidade de materiais e equipamentos que serão utilizados. A partir disso, é possível realizar a montagem de uma boa planilha de custos de obra. Com essa planilha, é possível fazer a cotação desses materiais e equipamentos e saber o custo total estimado da obra, incluindo aí o prazo de execução”, atesta.

A profissional comenta que, para cortar custos, muitas pessoas dispensam a elaboração do projeto da obra, o que é um erro, pois essa “economia” pode resultar em custos mais altos depois. Uma obra não planejada pode resultar em erros, necessidade de retrabalho, mais tempo de execução e, consequentemente, mais despesas.

“A experiência ao longo dos anos me fez comprovar que essa economia com projeto não compensa pois, muitas vezes, a execução trava devido a definições que poderiam ter sido resolvidas na fase de projeto. Isso sem contar os custos com o retrabalho e prazo que aumenta, caso a obra prossiga. Além disso, pode ocorrer de precisar fazer demolição para a correção da obra. Às vezes, mesmo com projeto podem ocorrer imprevistos, porém, o custo de retrabalho é bem menor”, destaca a engenheira civil.

Alguns fatores devem ser considerados para evitar custos inesperados na obra, diz especialista

Driblar os custos de uma obra nem sempre é tarefa fácil, uma vez que os preços de materiais e mão de obra podem oscilar mês a mês. Entretanto, é possível prever uma média de gastos, como explica a engenheira civil Luciana Nakamura. Em uma planilha de custos para construção ou reforma residencial, por exemplo, ela aconselha a considerar alguns fatores, para se evitar surpresas desagradáveis para o bolso. Entre esses fatores, estão:

– Escolher cuidadosamente os acabamentos, como revestimentos, louças, metais e iluminação, considerando o padrão desejado.

– Se optar por sancas com iluminação no forro, estar ciente dos materiais extras e do tempo adicional necessário para sua execução.

– Ter em mãos o projeto estrutural em caso de demolição de paredes, para evitar problemas estruturais e custos de reforço.

– Especificar corretamente os eletrodomésticos em termos de custo, dimensões e potência elétrica para cálculo dos circuitos.

– Mapear as instalações existentes de gás, hidráulica e elétrica para evitar danos durante as demolições.

– Considerar a localização das condensadoras de ar-condicionado e a potência elétrica necessária para dimensionar os circuitos.

– Verificar a compatibilidade do chuveiro elétrico com o disjuntor existente e a infraestrutura elétrica.

– Planejar a localização dos drives das fitas de LED antes da execução, para evitar problemas na instalação elétrica.

– Fazer o cálculo das cargas elétricas e verificar se é necessário solicitar um aumento de carga junto à concessionária.

“Além dos itens acima, quando houver necessidade de execução de fundação, é bom ficar atento à época em que a obra será iniciada, se estará chovendo, uma vez que a chuva dificulta os trabalhos de escavação, forma, concretagem, por exemplo. O fator chuva pode diminuir o rendimento dos serviços, aumentar o prazo de execução e, consequentemente, podem ocorrer acréscimos no valor da mão de obra”, conclui.