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Economia

Resultado da ‘prévia’ do PIB mostra que efeito da Selic está ‘pesando muito’ na economia

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avalia que o resultado negativo do IBC-Br divulgado hoje é resultado da restrição na economia provocada pela alta de juros.

O IBC-Br, indicador que mede a atividade econômica brasileira, registrou uma queda de 0,4% no primeiro trimestre de 2023. Essa é a primeira queda do indicador desde o segundo trimestre de 2021.

Haddad afirmou que a queda do IBC-Br é resultado da alta de juros, que tem dificultado o acesso ao crédito e freado o consumo e o investimento. Ele disse que a equipe econômica tem o desejo de reduzir a taxa básica de juros (Selic) para estimular a economia.

“Acreditamos que a redução da Selic vai ajudar a melhorar a atividade econômica e gerar empregos”, disse Haddad. “A equipe econômica está trabalhando para que isso aconteça o mais rápido possível.”

A Selic está atualmente em 13,25% ao ano. O Banco Central tem sinalizado que deve reduzir a taxa gradualmente ao longo do ano.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), termômetro do PIB, registrou queda de 2% no mês de maio. A projeção média do mercado apontava para um resultado neutro, ou seja, de 0%.

— Foi um resultado esperado. O juro real é muito elevado. A pretendida desaceleração do Banco Central chegou muito forte. Precisamos ter cautela com a manutenção de uma taxa real de 10% (ao ano). Está muito pesado para a economia — disse o ministro, em conversa com jornalistas na Fazenda.

Avanço nos meses anteriores

De janeiro a maio de 2023, porém, houve avanço acumulado de 3,61%, conforme os dados sem ajuste sazonal.

No mês de fevereiro e no mês de abril, houve alta acima do esperado no indicador – o que estimulou projeções com viés de alta para o crescimento da economia no ano.

Com a elevação de 1,9% no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, o mercado projeta atualmente um crescimento de 2,24% até o fim do ano. No início de 2023, a projeção dos agentes era de 0,78%.

Agora em julho, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, adiantou que a pasta deve fazer uma revisão altista para até 3% na perspectiva de crescimento econômico no ano.

De O Globo.