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Preservação da memória e herança cultural: O desafio de conciliar interesses no Centro Histórico

No âmbito da preservação patrimonial edificada, a memória histórica desempenha um papel fundamental na preservação do legado cultural e no compromisso com as futuras gerações, nas suas restaurações e reabilitações patrimoniais.

A materialização das edificações históricas no coração urbano é vista como uma forma de conservar a história construída ao longo dos anos. “Essas construções contam um pouco da história e são uma memória visível no tecido urbano”, ressaltou a Arquiteta e Urbanista Melissa Toledo.

Segundo ela, conciliar as necessidades dos moradores e empreendedores da região com a preservação do patrimônio histórico é crucial para garantir a riqueza dessa herança. Isso envolve um diálogo aberto e cooperativo entre as esferas de poder, tanto em nível federal quanto municipal, em relação à preservação e controle do Centro Histórico e do Centro Antigo.

Outro ponto que Melissa destaca é a falta de qualificação profissional, na Região Norte, quando se trata da recuperação e restauração desses bens, que depende antes de tudo de conhecimento técnico.

“Para trabalhar em restaurações e reabilitações tem que passar por uma formação demorada e difícil, que requer a familiaridade dos processos construtivos do que foi o antes e o depois. Precisa ter conhecimento da história e um processo de investigação muito grande para que se possa chegar em um denominador. É necessário um desprendimento do que é mandado a fazer e do que é correto fazer, ter discernimento do que encontramos e precisamos preservar e adequar aos novos usos”, garantiu Melissa.

A arquiteta ressaltou também a importância de não se tornarem obstáculos para aqueles que buscam promover projetos privados e iniciativas particulares voltados à revitalização, requalificação, preservação, conservação ou até mesmo restauro desses espaços históricos. É necessário estabelecer uma sincronicidade técnica entre todas as partes envolvidas.

“Preservar a herança histórica requer uma abordagem colaborativa, que envolva o engajamento de todos os atores relevantes. É um desafio delicado, mas fundamental para garantir que as futuras gerações tenham acesso a um patrimônio cultural rico e significativo”, concluiu a arquiteta.