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Economia

Sabe o que é ‘segunda-feira mínima’? Movimento viraliza nas redes e inspira trabalhadores

Foto: Reprodução/Freepik

Se você se sente desmotivado ao fim de todo domingo por conta do retorno ao trabalho, saiba que as suas segundas podem se tornar um pouco menos dolorosas. Viralizou no Tik Tok uma nova forma de encarar o início da semana, com menos estresse.

A chamada “segunda-feira mínima” – ou bare minimum monday em inglês – foi a alternativa encontrada pelos trabalhadores para diminuir a ansiedade e melhorar a produtividade. Eles reduzem o ritmo na segunda, com menos tarefas, alguns intervalos para autocuidado e postergam o começo do expediente.

O movimento viralizou a partir de vídeos postados no TikTok por Marisa Jo Mayes. Ela vive no Arizona, nos EUA, e tem quase 155 mil seguidores no aplicativo. Na rede, ela compartilha vídeos sobre sua rotina após adotar a “segunda-feira mínima”.

Em uma dessas publicações, ela explicou que aderiu ao movimento porque não gostava da relação que tinha com a segunda-feira. Agora, usa esse dia para trabalhar pouco, descansar e arrumar a casa.

A hashtag “bareminimummonday” alcançou mais de dois milhões de visualizações no TikTok.

Não é para todo mundo

Eliane Leite, professora e coordenadora do MBA em Recursos Humanos da PUC no Rio de Janeiro, explica que medidas como essas partem do princípio que saúde humana e saúde organizacional precisam coexistir.

O movimento se soma à adoção da jornada semanal de quatro dias de trabalho — que era um sonho distante, mas começou a ser efetivamente implementada nas empresas. No entanto, a “segunda-feira mínima” pode não funcionar para todos os funcionários ou empresas.

O lado positivo de se começar a semana de forma mais leve é o aumento da produtividade e da motivação nos demais dias. Além disso, os funcionários podem se preparar para o trabalho com mais calma, mantendo um nível mais alto de organização.

Denilson Shikako, fundador e consultor de inovação da Fábrica de Criatividade, afirma que escolher um dia para desacelerar também pode fazer com que os trabalhadores se sintam incentivados a pensar em propostas desafiadoras.

— Na segunda, você pode se dedicar a iniciativas diferentes. Isso deve ser combinado com o gestor para ser parte da cultura da empresa. Mas é preciso levar essa tendência como técnica, colocando consciência em algo que muitos já fazem de forma inconsciente. É preciso planejar o dia — disse Shikako.

Sobrecarga nos demais dias

O lado ruim pode vir quando o profissional acaba sobrecarregando os demais dias por falta de organização.

Atendentes e recepcionistas, por exemplo, teriam mais dificuldades de atenuar o trabalho na segunda. Projetistas, consultores e outras profissões que trabalham com entregas, assim como autônomos, terão mais facilidade de implementação.

Eliane Leite, professora e coordenadora do MBA em Recursos Humanos da PUC Rio, considera que nem todo modelo de negócios funciona bem com práticas como essa. Muitas empresas, por exemplo, fazem reuniões importantes na segunda para organizar as demandas e atividades da semana.

— Nem todo mundo tem preguiça na segunda. Algumas pessoas podem preferir sair mais cedo na sexta. A autonomia dos trabalhadores cada vez mais tem sido considerada pelos empregadores, então é preciso analisar cada caso. A “segunda mínima” não é uma solução, por exemplo, para uma empresa de 20 mil empregados, com uma complexidade de profissionais muito grande — disse Leite.

Rogério Vargas, consultor e sócio da Auddas, concorda:

— Quando há estratégia e um modelo de negócios, as funções integram essa organização. É importante entender o quão relevante para o modelo do negócio a dinâmica da segunda. Isso vem antes do desejo das pessoas.

De O Globo.