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Itália bloqueia ChatGPT

As autoridades italianas anunciaram nesta sexta-feira a decisão de bloquear o ChatGPT, acusando-o de violação de privacidade de dados e de não dispor de um sistema de verificação de idade para usuários adolescentes.

Com a determinação, que tem “efeito imediato”, a empresa americana OpenAI, responsável pelo desenvolvimento do ChatGPT, fica proibida de usar informações sobre os usuários italianos temporariamente até que a empresa se enquadre na Lei Geral de Proteção de Dados da União Europeia (GDPR, na sigla em inglês).

O órgão alega que a OpenAI não tem base legal que justifique “a coleta e o armazenamento de dados pessoais em massa… para treinar os algoritmos do ChatGPT”. A empresa também faz o processamento de dados de forma imprecisa, diz o regulador.

Quanto à idade dos usuários, as autoridades dizem que, como o robô não exige idade mínima para seus usuários, menores são expostos a respostas não compatíveis com seu nível de desenvolvimento e discernimento”.

Lançado no fim de novembro, o ChatGPT é uma ferramenta de inteligência artificial que vem sendo considerada um marco tecnológico, por ser capaz de gerar conteúdos, a partir de uma gigante base de dados, com muita semelhança aos criados por humanos, como resumos, poemas e roteiros de viagem.

Também é capaz de responder perguntas sobre os mais diferentes assuntos, razão pela qual muitos o apontam como um concorrente do buscados do Google.

Pedido de moratória

O robô, no entanto, tem sido alvo de críticas e pedidos para que seu desenvolvimento seja suspenso, sob alegação de risco de desinformação e ameaça à democracia. Há ainda argumentos mais filosóficos que questionam as consequências do ChatGPT para a humanidade, uma vez que ele poderia fugir ao controle dos seres humanos, superando-os intelectualmente.

Nesta semana, um manifesto assinado por mais de mil pessoas, entre eles Elon Musk e o cofundador da Apple Steve Wozniak , pediu moratória de seis meses nas pesquisas.

Grupos de defesa do consumidor também pediram nesta quinta-feira que as autoridades nacionais e da UE responsáveis pela proteção de dados investigassem a OpenAI. A empresa foi fundada em 2015 e chegou a ter Musk como sócio, mas ele deixou a empresa em 2018.