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Pesquisas apontam que mulheres continuam ganhando menos que homens no Brasil

Mulheres brasileiras ainda enfrentam desigualdade em relação aos homens, quando o assunto é a presença no mercado de trabalho, de acordo com a 2ª edição do estudo “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Uma pesquisa realizada pela empresa de recrutamento online Catho mostrou que no Brasil ainda existem diferenças salariais entre os gêneros, criando situações nas quais mulheres chegam a ganhar 34% a menos que homens desempenhando as mesmas funções, além de mostrar que em cargos de gerência e direção, mulheres podem ganhar até 24% a menos que homens.

Essa desigualdade salarial é ainda mais acentuada entre mulheres negras e brancas, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Previdência em 2017, para cada R$ 100 pagos a um homem branco, uma mulher negra recebeu apenas R$ 36.

Mulheres brasileiras ainda enfrentam desigualdade em relação aos homens, quando o assunto é a presença no mercado de trabalho, de acordo com a 2ª edição do estudo “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O informativo mostrou que no ano de 2019 a Taxa de Participação na Força de Trabalho de pessoas com mais de 15 anos ficou com 73,7% para homens e 54,5% para mulheres.

Em entrevista para o portal G1, Thais Barcellos, pesquisadora da consultoria Idados ressalta alguns pontos com relação a diferença salarial entre homens e mulheres. Ela afirma que quando comparamos grupos que são comparáveis, a mulher ainda ganha 20% a menos.

“É um problema estrutural na nossa sociedade e que está persistindo, e é preocupante porque ao mesmo tempo as mulheres têm uma escolaridade mais alta do que dos homens”, reiterou a profissional.

Juliana Barbiero, CEO na Lexly, empresa que aplica tecnologia para o universo jurídico, faz alguns apontamentos com relação ao bem estar feminino e felicidade no ambiente de trabalho, e ressaltou que já é uma realidade em muitas empresas no Brasil a questão de horários flexíveis, visto que, muitas colaboradoras possuem sobrecarga de trabalho em razão dos serviços domésticos e filhos, por exemplo.

Ela reitera que “ao proporcionar horários de trabalho flexíveis as mulheres conseguem conciliar de forma menos exaustiva a sua vida pessoal e profissional, sobretudo aquelas que são chefes de família e criam seus filhos sozinhas”.

Ao ser questionada sobre como a gestão pode monitorar as condições de trabalho às quais mulheres são submetidas, Juliana comenta que salários igualitários são um primeiro passo para que gestores possam melhorar as desigualdades enfrentadas por colaboradoras.

“Criar grupos de afetividade dentro da empresa também é um grande passo para que existam debates e conversas entre todos os colaboradores sobre os dilemas que mulheres enfrentam dentro e fora do ambiente de trabalho”, reforçou Juliana.

A Deloitte fez uma pesquisa em 2021 com 215 empresas brasileiras, e mostrou que 81% delas já contam com a presença de coletivos de afinidade para discutir as melhores iniciativas e mudanças no cenário corporativo.

Juliana Barbiero comentou que outro ponto a ser trabalhado dentro das empresas para melhorar o bem estar das colaboradoras é oferecer um pacote de benefícios que possa ajudar a mulher a lidar com problemas pessoais, como um programa de apoio jurídico, que auxilia em temas como encontrar um advogado para lidar com dificuldades com relação à pensão alimentícia, por exemplo.

“É uma grande iniciativa que os Recursos Humanos podem adotar para ajudar a melhorar o bem estar da colaboradora e consequentemente a sua produtividade”, finalizou Juliana.