A saúde pública do município de Lábrea enfrenta um cenário preocupante, com relatos de atrasos no atendimento médico e dificuldades estruturais no Hospital Regional de Lábrea (HRL). O caso ganhou destaque após o vice-prefeito eleito do município, João Roberto, divulgar nas redes sociais uma situação envolvendo um bebê de dois meses, que teria apresentado vômitos com sangue e enfrentado longa espera para receber atendimento médico.
Segundo informações compartilhadas, o hospital estaria sem médicos desde que a empresa responsável pela gestão da unidade, OS Positiva, suspendeu o contrato com a cooperativa de saúde SERMECI. A decisão teria sido motivada por atrasos de pagamento, que já somam três meses, por parte do Governo do Amazonas.
A crise não é recente. Em 12 de novembro, os médicos do HRL realizaram uma paralisação parcial, mantendo apenas serviços de urgência e emergência, em protesto contra os atrasos salariais. Na época, pacientes classificados com maior gravidade continuaram a ser atendidos, enquanto os casos menos urgentes foram redirecionados para Unidades Básicas de Saúde.
O vice-prefeito eleito criticou a situação em publicação nas redes sociais: “A incompetência desses secretários que passam por essa pasta não tem tamanho. O caos que se instaurou em Manaus anos após anos agora se espalha para as cidades do interior. É inadmissível que a gente, enquanto cidadão, aceite isso calado e de braços cruzados”. João Roberto também anunciou que levará a denúncia ao Ministério Público Federal e pediu uma intervenção federal para garantir a fiscalização e a regularização do atendimento no município.
A ausência de médicos no hospital teve início com a suspensão do contrato pela OS Positiva, deixando a unidade sem profissionais para atender a população. Antes disso, os médicos já haviam realizado uma paralisação em protesto aos atrasos salariais, o que agravou ainda mais a crise. Com a denúncia formalizada, lideranças locais esperam ações imediatas do Governo do Amazonas para resolver a situação.
Histórico de problemas
O HRL já enfrentava desafios administrativos e financeiros. Após disputas judiciais, o Governo do Amazonas foi obrigado a assumir a gestão do hospital por determinação do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Desde então, moradores relatam agravamento das dificuldades no atendimento.
A crise em Lábrea reflete os desafios enfrentados pela saúde pública em municípios do interior do Amazonas, acentuando a importância de maior atenção e fiscalização por parte das autoridades. Lideranças locais cobram medidas efetivas para garantir o atendimento à população, especialmente para grupos mais vulneráveis, como crianças e idosos.
Diante da gravidade da situação, é urgente a intervenção estadual no Hospital Regional de Lábrea. Além disso, é necessário o rompimento imediato do contrato com a OS Positiva, devido à sua incapacidade financeira de pagar os subcontratos e à falta de competência gerencial para administrar a unidade de saúde.
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