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Educação técnica transforma realidades e promove inclusão social, apontam dados

De acordo com o Ministério do Trabalho, o número de empregos no setor industrial brasileiro cresceu 82,5% em 2024, impulsionado pela necessidade de profissionais especializados para atender a demandas cada vez mais complexas, como as trazidas pela Indústria 4.0 e pela crescente automação. Os dados reforçam que o impacto positivo da educação técnica vai além da capacitação profissional. Ela transforma realidades, promove inclusão social e contribui diretamente para o desenvolvimento econômico do país.
Um estudo recente do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) revela que jovens que cursam e completam o ensino técnico terão, ao longo da vida profissional, uma remuneração cerca de 32% maior do que aqueles que possuem apenas o ensino médio.
Não à toa, 91% dos brasileiros indicam a qualificação técnica como um caminho promissor. Entre os que já se formaram, a aprovação sobe para 97%. Os dados são da pesquisa Educação e Opinião Pública, realizada pelo Instituto FSB em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O cenário é ainda mais positivo em locais como o Amazonas, onde o desenvolvimento industrial continua aquecido. Nos próximos três anos, o estado deve abrir 3,5 mil novas vagas técnicas em cursos como Mecânica, Eletrônica, Elétrica, Automação, Química e Informática, segundo pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Centro das Indústrias do Amazonas (Cieam) e Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH).
“Os cursos técnicos continuam sendo essenciais, especialmente com o movimento de reindustrialização do país. Desde a fundação da nossa escola, em 2009, já formamos mais de 5 mil alunos e observamos que a demanda por novos profissionais continua crescente”, comenta a diretora-presidente do Centro de Ensino Técnico (Centec), Eliana Cássia de Souza. A escola completou 15 anos em setembro e segue contribuindo para a capacitação de profissionais que fazem a diferença no mercado de trabalho.
Além de atender às necessidades do mercado, a formação técnica desempenha um papel fundamental na transformação social. Ao capacitar jovens e adultos para atuar em áreas estratégicas, a educação profissional proporciona inclusão, autonomia e geração de renda para milhares de famílias.
O valor social dessa formação se reflete também em quem opta por essa trajetória. Para muitos, o curso técnico é um divisor de águas, que abre portas e proporciona possibilidades que antes pareciam distantes. Esse é o caso do técnico em Refrigeração, Gabriel Miranda. O pai, os irmãos e primos já trabalhavam na área, o que fez com que ajudasse a família nos serviços desde criança. Tudo mudou quando ele se tornou o primeiro a buscar uma formação profissional.
“Mudou muita coisa na minha vida depois da formação, inclusive em termos financeiros mesmo. Era uma luta somar R$ 500 em serviços ao longo da semana. Hoje eu já consigo fazer até dez vezes mais no mesmo período. Presto serviços para várias empresas e estou custeando uma formação em direito para mim. Todas essas conquistas foram após o meu técnico no Centec”, conta.

Transformação social e econômica
A origem dos cursos técnicos no Brasil remonta ao início do século XX, quando a formação de profissionais qualificados era essencial para sustentar o crescimento da indústria emergente. Mais de um século depois, a educação técnica continua a ser um pilar do desenvolvimento econômico e da inclusão social no país, adaptando-se às novas demandas do mercado e às exigências de um cenário cada vez mais tecnológico e competitivo.
O atual movimento de reindustrialização tem sido uma das bandeiras do governo federal, apoiado por diversas entidades do setor. Em junho de 2024, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou uma Declaração em defesa da reindustrialização, destacando que os investimentos na área promovem o crescimento do país, o avanço tecnológico e a geração de emprego e renda.
Nesse contexto, os cursos técnicos se consolidam como um elo essencial entre o desenvolvimento tecnológico e a inclusão social. O incentivo à formação profissional não apenas supre a demanda por mão de obra qualificada, mas também amplia as perspectivas de milhões de brasileiros, contribuindo para uma sociedade mais justa e preparada para os desafios do futuro.