O movimento Janeiro Branco completa uma década em 2024 e foi idealizado em Minas Gerais pelo psicólogo Leonardo Abrahão, segundo o Ministério da Saúde. No ano passado, a campanha se tornou lei (número 14.556/23), em 25 de abril. Diversas instituições públicas e privadas aproveitam esta época do ano para falar sobre ansiedade, depressão, Síndrome de Burnout e outras patologias.
Em 2023, o Ministério da Saúde decidiu elencar a Síndrome de Burnout como uma das 165 novas patologias apontadas como responsáveis por danos à integridade física ou mental dos trabalhadores no Brasil. A lista foi publicada no Diário Oficial da União no final de novembro.
Porém, ainda há quem acredite que buscar ajuda é sinal de fraqueza, como avalia a psicóloga e psicoterapeuta Camila Tuchlinski, pós-graduada em Psicossomática: “Em pleno século 21, muitos ainda temem que serão julgados pelos colegas de trabalho ou pela própria família se buscarem um profissional de saúde mental. Hoje falamos muito mais para além de casos de ansiedade e depressão já instalados, mas buscamos fazer a prevenção destes estados mentais”.
Por vezes, deixamos os cuidados em relação à saúde mental em segundo ou terceiro plano, mas isso precisa ser mudado, na visão do médico psiquiatra Pedro Lorenceti, em entrevista ao site da Associação Crônicos do Dia a Dia (CDD). “Esse ano já começou, todo mundo tem suas resoluções de ano novo e poucas coisas funcionam bem quando a gente não está com a saúde mental em dia. A gente pode oferecer ajuda até em situações ainda mais simples, como no início de um quadro de ansiedade, e certamente melhorando a saúde mental aquele seu plano vai sair do papel”, ressalta.
No primeiro ano de pandemia, segundo a Organização Mundial da Saúde, (OMS), houve um aumento de 25% nos casos de depressão e ansiedade. Muita gente buscou ajuda de psicólogos e psiquiatras, que passaram a oferecer serviços de atendimento online para dar conta da alta demanda. Ao mesmo tempo, poucos ainda têm acesso.
O tema da campanha Janeiro Branco este ano é ‘Saúde Mental Enquanto Há Tempo!‘ e o objetivo é justamente buscar quebrar estigmas e preconceitos quando o assunto são as questões emocionais e como prejudicam a nossa sensação de bem-estar. A ideia é promover uma cultura de cuidados emocionais e construir uma rede de apoio para aqueles que mais precisam.
Sobre a CDD
A associação Crônicos do Dia a Dia (CDD) é uma organização sem fins lucrativos e acredita que o diálogo é a ponte para que ninguém precise conviver com uma doença crônica sozinho. O objetivo do trabalho da CDD é apoiar todo o potencial humano para ampliar as perspectivas de vida das pessoas com condição crônica de doença, através de projetos e conteúdos, para que as pessoas não sejam definidas nem reduzidas a seus diagnósticos.