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Universidades brasileiras aceitam o Abitur para admissão

Chamado de “Enem da Alemanha”, curso certificado pelo governo alemão substitui o vestibular e habilita estudantes para entrarem em universidades privadas brasileiras e da Europa também

A dupla certificação Abitur – em que estudantes se formam no Ensino Médio brasileiro e alemão -, abre portas para universidades particulares brasileiras em São Paulo, como FGV-EAESP, ESMP, FIA, Ibmec, Faculdade DeVry, Centro Universitário Belas Artes de São Paulo e UNIFAE, e, no Rio de Janeiro, como PUC-Rio, ESPM, FGV e Ibmec. Os candidatos que cursarem o Abitur também podem optar por estudar fora do Brasil, como em universidades da Comunidade Europeia e dos Estados Unidos. De acordo com pesquisa da Datafolha, 76% dos jovens dizem querer deixar o Brasil

Segundo Mathias Rempel, professor de Filosofia e História e orientador para formação acadêmica e profissional na Alemanha do Colégio Humboldt, instituição internacional bilíngue (português/alemão), que oferece o Abitur há 25 anos, naquele país não existe vestibular, mas sim, admissão das universidades pela nota que consta no Abitur de cada estudante, que é uma média das suas últimas notas nos dois anos de curso.

“O Abitur não se fecha somente nas universidades da Europa, já que é possível usá-lo para entrar em faculdades aqui e em diversos países ao redor do mundo”, afirma.

“Quem deseja participar do Abitur precisa ser fluente em língua alemã e ter concluído o currículo alemão a partir do 2º ano do Ensino Médio”, explica Mathias Rempel. O curso dura dois anos, sendo o último ano do Ensino Médio mais doze meses. Já a grade curricular engloba matérias como Português, Matemática, Biologia, Física, História, Ética (Filosofia), Alemão, Inglês e Esportes, além de disciplinas opcionais como Arte e Música.

De acordo com Rempel, para receber o diploma alemão, os estudantes devem fazer cinco provas de conclusão de curso, sendo três delas escritas e duas orais. A primeira prova escrita é sempre no idioma alemão e as outras quatro são de matérias escolhidas pelo aluno, segundo o regulamento específico do curso. Um examinador vindo da Alemanha avalia o desempenho de cada um e a formação do curso é trilíngue. A média final do Abitur é calculada a partir de uma média de notas das 40 provas realizadas pelos estudantes ao longo do curso e das cinco provas finais. 

Formação em andamento

A variedade de possibilidades oferecidas pelo Abitur foi o que chamou a atenção de Lorenzo Orlandin Biral, aluno do Colégio Humboldt desde a Educação Infantil, ao optar por estudar no exterior, na Europa, e ingressar na faculdade de Engenharia ou Economia. “Minhas perspectivas são fazer a faculdade fora, provavelmente na Alemanha mesmo, e depois ficar por lá se gostar ou voltar para o Brasil. Vai ajudar muito na minha formação acadêmica e vou ter várias possibilidades. Essa é justamente a vantagem: o poder de escolha que vou ter no futuro”, avalia.

Maria Luisa Lugthart, de 18 anos, optou pelo Abitur para estudar Arquitetura no exterior. Ela já passou alguns anos estudando na Holanda e na Alemanha e, como terá um ano livre até ingressar na faculdade, planeja fazer um estágio na área, assim como outras atividades que ajudem nas aplicações para a universidade. “Meu objetivo ao cursar o Abitur é ter uma educação diferente da brasileira e ter a opção de fazer faculdade fora”, diz. “O Abitur me proporcionou uma visão de mundo mais crítica e abrangente em relação as minhas escolhas”, completa.

Formação concluída

Para a ex-aluna Melanie Korber Silva, de 19 anos, além de matérias, o Abitur garantiu um aprendizado das competências socioemocionais. “Aprendi no processo a ter autodisciplina, sabendo como me organizar para entregar tudo no prazo, me ajudou a lidar com situações de ansiedade e estresse e me ensinou a conviver com diversas culturas, além de como trabalhar em equipe e resolver conflitos. Foi muito importante para meu crescimento emocional num ambiente profissional”, ressalta. Ela já finalizou o curso e entrou na Formação Profissional Dual, modalidade de ensino profissionalizante no sistema alemão, também oferecido pelo Humboldt, e atualmente trabalha na área de marketing do Colégio. “Para o futuro, eu pretendo me mudar para o Rio Grande do Sul para fazer faculdade de teologia e, depois da graduação, acredito que eu vá para a Alemanha como missionária”.

Durante os dois anos de curso do Abitur, Luccas dos Santos Sabença Dias, de 19 anos, não só dominou matérias acadêmicas, mas também desenvolveu suas habilidades interpessoais e criativas, como trabalhar em equipe e se comunicar melhor. “Esses aspectos me prepararam para um mundo dinâmico e para os desafios do mercado de trabalho.” Ele pretende estudar na Alemanha no futuro, pois sabe que o Abitur permitirá que estude em outro país, além de ter o diploma ser reconhecido em muitos lugares do mundo. Mas, antes de entrar na universidade, achou importante ganhar experiência no mercado de trabalho para descobrir do que gosta mais. “Estou estudando Administração na Formação Profissional Dual e estagiando na Bayer SA. No próximo ano, pretendo aplicar em algumas universidades na Alemanha com a minha nota do Abitur, principalmente nas universidades de Munique e de Colônia”, conclui.