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Professor da FAEP avalia as possíveis mudanças na reestruturação do ensino médio

Educador Marcos Alves da Silva analisa importância da ampliação da carga horária e direcionamento das disciplinas nesse segmento da educação básica

Neste mês de agosto, o ministro da Educação Camilo Santana divulgou o resultado de uma ampla consulta pública envolvendo gestores, profissionais, pesquisadores, especialistas, estudantes e a sociedade civil a respeito de um passo significativo no diálogo sobre a Política Nacional do Ensino Médio. Uma das medidas destacadas é o aumento das horas de formação obrigatória, que passaria para 2.400 horas, representando um acréscimo de 33% na carga horária básica do Ensino Médio. Além disso, haveria uma redução no número de itinerários formativos – conjunto de disciplinas que podem ser escolhidas pelos alunos –, passando de cinco para três.

Marcos Alves da Silva, professor de Gestão Pública, Metodologia do Ensino de História e Geografia, Legislação Educacional e Metodologia da Pesquisa Científica da Faculdade de Educação Paulistana (FAEP), avaliou positivamente a proposta de ampliação da carga horária das disciplinas da base comum. Ele ressaltou que essa medida está sendo bem recebida tanto em escolas públicas quanto privadas, já que fortalece não apenas a qualidade do trabalho em sala de aula, mas também o direcionamento do ensino, que antes era criticado por falta de foco. “As disciplinas eletivas estão muito desarticuladas e os alunos, professores e a própria estrutura da escola não tiveram, de certa forma, condição de direcionar essa questão a contento.”

A participação na consulta pública foi outro ponto de destaque para o educador. “Com mais de 150 mil sugestões recebidas, o processo foi considerado um reflexo do compromisso do governo em compreender as necessidades específicas de diferentes escolas e realidades.” O professor enfatizou que essa abertura para diversos pontos de vista demonstra a percepção das demandas pontuais das escolas e reforça a importância de ouvir as vozes de gestores, professores, estudantes e sociedade em geral.

Em relação à preocupação com a evasão escolar, o educador ponderou que a questão não deve ser atribuída unicamente à escola, mas também deve ser vista no contexto das demandas sociais e econômicas que influenciam a vida dos estudantes. Ele destacou a importância de abordar a evasão escolar com uma visão mais crítica e contextualizada, levando em consideração fatores como a necessidade de trabalhar, localização geográfica e a relação entre a escola e o mundo do trabalho.

Além disso, o professor ressaltou a necessidade de não apenas garantir o acesso à escola, mas também a permanência dos estudantes. Isso envolve a valorização da carreira docente, ações públicas para reduzir a rotatividade de professores e a construção de um ambiente escolar que motive os alunos a permanecerem e a enxergarem o Ensino Médio como uma porta de entrada para o futuro.

Em resumo, o anúncio do Ministro da Educação, Camilo Santana, sobre os resultados da consulta pública sobre a avaliação e reestruturação do Ensino Médio, acompanhado pela análise do professor Marcos Alves, reflete a importância do diálogo amplo e inclusivo para a construção de políticas educacionais eficazes e alinhadas com as necessidades da sociedade e dos educandos.