A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), vai promover a campanha “Julho Amarelo” com ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais, que podem ser causadas pelos vírus A, B, C, D e E. Este ano, Manaus já registrou 136 casos de hepatites virais, sendo 76 casos do tipo B, 46 do tipo C e 11 do tipo D, que podem ser causa de cirrose, câncer de fígado e até levar à morte se o paciente não receber o tratamento adequado.
As formas mais comuns e graves da doença na capital amazonense são causadas pelos tipos B, C e D, com a transmissão ocorrendo por relação sexual desprotegida e o compartilhamento de seringas, escova de dente, lâmina de barbear, alicate de unha e outros objetos perfurocortantes.
A técnica da gerência de Vigilância Epidemiológica da Semsa, enfermeira Ana Elis Guimarães, informa que as atividades da campanha serão desenvolvidas pelas unidades de saúde, que irão enfatizar as ações de educação em saúde, a vacinação contra a hepatite B, que também protege a população contra o tipo D, reforçar a disponibilização de preservativos e a oferta de testagem rápida (tipos B e C) para o público geral.
Como as hepatites virais também podem ser transmitidas da gestante para o bebê durante a gravidez e parto, as unidades de saúde vão fortalecer as ações durante o acompanhamento no pré-natal.
“A falta do conhecimento da existência da doença é o grande desafio para saúde pública. A maioria dos casos não tem manifestação de sintomas e por isso a recomendação é que as pessoas realizem o teste rápido, gratuitamente, em qualquer uma das mais de 190 unidades de saúde da rede municipal que oferecem o exame”, destaca Ana Elis.
Dos 576 casos de hepatites B, C e D notificados no ano passado em Manaus, 76% corresponde a usuários com idade a partir dos 40 anos, faixa etária em que há maior possibilidade de evolução para a doença crônica e agravamento. “Por isso, um dos focos da campanha Julho Amarelo deste ano será o reforço da oferta de testagem rápida para pessoas a partir de 40 anos, buscando o diagnóstico e tratamento precoce”, informa Ana Elis.
Além das hepatites B, C e D, Manaus registra casos de hepatite A, com três casos notificados este ano, e que é transmitida por via oral-fecal, de uma pessoa infectada para outra saudável ou por alimentos ou água contaminados. A vacina para hepatite A é oferecida na rede municipal, direcionada para crianças de um ano.
“É importante enfatizar que pais e cuidadores têm responsabilidade em garantir a manutenção do calendário vacinal das crianças. Os cartões de vacina dos adultos também devem ser atualizados para a prevenção de doenças”, alertou Ana Elis.
Mesmo que na maioria dos casos de hepatites virais não haja manifestação de sintomas, em algumas situações o paciente pode apresentar: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
As medidas de prevenção incluem: lavar as mãos após ir ao banheiro e antes de comer, lavar os alimentos antes do consumo, cozinhar bem os alimentos antes do consumo e ingerir água limpa para prevenir casos de hepatite A; e ter cuidado no manuseio de instrumentos cortantes, adotar instrumentos pessoais de beleza como pinça e tesoura de unhas, usar individualmente seus próprios objetos de higiene, usar preservativo nas relações sexuais e utilizar agulhas e seringas descartáveis para a prevenção das hepatites B, C e D.
“Até o final de julho, as ações da campanha vão abordar as formas de prevenção e as orientações sobre a importância do diagnóstico precoce, com as unidades de saúde desenvolvendo atividades na rotina de atendimento com palestras e rodas de conversa na sala de espera, além de escolas, igrejas e empresas”, conclui Ana Elis.
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