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Empresas brasileiras sofrem impacto negativo de sistema de importações argentino

Atracação de navios no Caís do Porto do Rio de Janeiro, guindaste, container.
Pesquisa mostra que 77% das empresas têm sofrido desde a implementação do sistema que controla as importações na Argentina, 49% delas indicam redução no valor exportado

Pesquisa mostra que 77% das empresas têm sofrido desde a implementação do sistema que controla as importações na Argentina, 49% delas indicam redução no valor exportado

As medidas restritivas nas importações adotadas pela Argentina têm impacto negativo em 77% das empresas exportadoras brasileiras. É o que aponta um levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), no período de outubro de 2022 a março de 2023, que contabiliza seis meses da implementação do Sistema de Importações da República da Argentina (SIRA). 

A medida é uma tentativa do governo argentino de controlar a cadeia de abastecimento e monitoramento das operações de comércio exterior diante da situação fiscal e da queda nas reservas cambiais. A Argentina é o quarto principal parceiro comercial do Brasil, atrás somente de China, Estados Unidos e União Europeia. A gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri, explica as restrições impostas pelo país vizinho.  

“Diante da situação econômica do país, a Argentina vem adotando uma série de medidas restritivas nas importações, por meio de licenciamentos não automáticos e por meio do controle das saídas de divisas. Na prática, isso se traduz em barreiras para as exportações brasileiras”, destaca. 

A consulta realizada pela CNI ouviu 252 empresas. Em 84% das empresas que consideram ter sido impactadas negativamente houve uma redução no valor exportado para a Argentina. Apenas 7% indicaram que não houve redução no período analisado. Para 49% dos respondentes, a redução no valor exportado foi acima de 41%. 

Com o novo sistema adotado no país vizinho, a lista de mercadorias sujeitas às licenças não automáticas saltou de 1.474, no início de 2020, para 4.193, no final de 2022. Constanza Negri destaca  os principais problemas apontados pelas empresas.

“As empresas também identificaram,  dentre os principais problemas, a demora nos tempos para aprovação das licenças, ou seja, para as exportações brasileiras. 51% das empresas identificaram que esse tempo se estende mais de 60 dias e também foram identificadas demoras nos prazos para pagamento das exportações brasileiras e a imprevisibilidade no fechamento dos negócios”, pontua. 

A gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI lembra ainda que a melhoria nas relações econômico-comerciais entre  Brasil e  Argentina tem influência positiva no crescimento e na competitividade dos dois países. 

Fonte: Brasil 61