Caracterizado pelo aquecimento de uma faixa de água do oceano que percorre a América do Sul à Ásia de três em três anos, o El Niño está previsto para acontecer em torno de junho deste ano, causando perdas econômicas 100 vezes mais caras do que o imaginado.
Um estudo feito por Cristopher Callahan e Justing Mankin, da Universidade de Dartmouth, e publicado na revista “Science”, examinou os custos gerados à longo prazo pelo El Niño desde seu primeiro registro, apresentando um custo médio de cerca de US$ 3,4 trilhões (aproximadamente R$ 16, 8 trilhões).
Em 2023, o fenômeno deverá provocar um rombo de US$ 3 trilhões (R$ 14, 8 trilhões) na economia global até 2029.
“Podemos dizer com certeza que sociedades e economias não apenas sofrem um golpe e se recuperam. Nos trópicos e lugares que sofrem os efeitos do El Niño, você obtém uma assinatura persistente durante a qual o crescimento é retardado por pelo menos cinco anos”, disse Cristopher Callahan.
Os pesquisadores examinaram durante dois anos o desempenho da atividade econômica global após os fenômenos de 1982-1983 e 1997-1998, concluindo a existência de uma desaceleração no crescimento da economia mais de cinco anos após o acontecimento do El Niño.
Se houve uma perda de US$ 4,1 trilhões (aproximadamente R$ 20,3 trilhões) cinco anos após o evento, um total de US$ 5,7 trilhões (R$ 28, 2 trilhões) foi perdido na versão seguinte.
Tendo em vista a maior frequência das mudanças climáticas geradas pelo aquecimento global, além das consequências adicionais dos gases do efeito estufa, que podem ampliar a força dos futuros El Niños, os autores do estudo estimam que as perdas econômicas do século 21 aproximem-se do valor de US$ 84 trilhões (R$ 415,8 trilhões) .
“Nossos modelos climáticos têm sérios preconceitos quando se trata do El Niño na amplitude do Oceano Pacífico. Muito mais ciência precisa ser feita para saber exatamente como o El Niño vai mudar em meio ao aquecimento global. Mas enquanto nos aproximamos de outro El Niño esse ano, que pode nos trazer o ano mais quente da história, nossos resultados demonstram que os pedágios socioeconômicos sobre esses eventos não podem ser exagerados”, conclui Callahan.
CNN Brasil.
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