Nesta segunda-feira, o Ministério da Saúde ampliou o público elegível para receber a dose bivalente da vacina contra a Covid-19 no Brasil. Antes, apenas determinados grupos de maior risco podiam atualizar a imunização. Agora, toda a população com mais de 18 anos está apta a buscar os postos de saúde.
Com a decisão, cerca de 97 milhões de brasileiros passam a fazer parte do público-alvo da vacina bivalente da Covid, levando o total de pessoas que podem se imunizar nessa etapa a aproximadamente 160 milhões.
Porém, com as atualizações da campanha devido à queda na imunidade e ao avanço de subvariantes da Ômicron, cepa prevalente hoje do coronavírus mundo, podem surgir muitas dúvidas em relação à vacinação no Brasil.
Abaixo, o GLOBO reúne as respostas das principais perguntas sobre a vacina da Covid-19 bivalente no país.
O que é a vacina bivalente da Covid?
As vacinas bivalentes da Covid-19 são versões adaptadas dos imunizantes originais que incluem duas partes do coronavírus em sua formulação, uma da cepa original do vírus, identificada ainda em 2019, e outra da variante Ômicron, que é predominante hoje no mundo. O objetivo é ampliar a proteção contra a cepa atual.
Existem duas vacinas bivalentes que são aplicadas no mundo: a desenvolvida pela Pfizer/BioNTech e a pela Moderna. No entanto, apenas a da Pfizer tem o aval da Anvisa no Brasil e faz parte da campanha de imunização do país.
Já as doses originais, que foram aplicadas desde o fim de 2021, mas que contam apenas com a versão inicial do vírus, são chamadas de monovalentes.
Quem pode receber a vacina bivalente da Covid no Brasil?
No final de fevereiro, a campanha com as doses bivalentes teve início para públicos específicos considerados de maior risco para evolução para quadros graves, como imunocomprometidos, pessoas com comorbidades e idosos acima de 60 anos. Os grupos totalizavam 63,4 milhões de brasileiros.
Agora, toda a população adulta, ou seja, acima de 18 anos, está apta para receber uma dose de reforço com a vacina bivalente da Covid, um acréscimo de 97 milhões de pessoas que amplia o total para cerca de 160 milhões de indivíduos elegíveis.
Quais os requisitos e qual o intervalo para receber a vacina bivalente?
Para receber a bivalente, são necessárias ao menos duas doses das vacinas originais, as monovalentes, que são consideradas o esquema primário de vacinação para a Covid-19. O reforço com a bivalente pode ser aplicado a partir de quatro meses da última dose, seja ela a segunda aplicação ou algum outro reforço (terceira ou quarta dose) realizado até então.
Pessoas com menos de 18 anos podem receber a dose bivalente?
Há alguns casos em que menores de 18 anos também podem receber o novo reforço com a dose bivalente. São eles:
- Pacientes imunocomprometidos a partir de 12 anos;
- Pessoas com deficiência a partir de 12 anos;
- Pessoas com comorbidades a partir de 12 anos;
- Adolescentes cumprindo medidas socioeducativas a partir de 12 anos;
- Pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência (ILP) a partir de 12 anos;
- Povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas a partir de 12 anos.
Tomei a dose única da Janssen, posso tomar a vacina bivalente?
Embora a vacina da Janssen tenha sido desenvolvida como dose única, após a constatação de uma queda na eficácia com o tempo e frente às novas variantes do novo coronavírus, o Ministério da Saúde estabeleceu que o esquema com o imunizante envolve uma dose a mais para garantir a proteção.
Com isso, de acordo com o informe técnico sobre a vacinação com os imunizantes bivalentes elaborado pela pasta, também são necessárias ao menos duas doses da vacina da Janssen para receber o novo reforço.
Não tomei a 3ª ou a 4ª dose, posso receber a bivalente?
O Ministério estabelece a necessidade de ao menos duas doses da vacina original para receber o reforço com a bivalente. Portanto, a nova aplicação pode substituir a terceira dose, ou a quarta, para aqueles que estão atrasados com a imunização.
Posso receber a bivalente como uma 5ª dose?
Aqueles que seguiram as orientações do Ministério da Saúde, ou das secretarias estaduais e/ou municipais, e estão com o esquema vacinal das doses originais em dia podem, e devem, buscar o novo reforço com a bivalente.
A indicação da pasta diz apenas que o mínimo de doses necessárias para isso são duas, portanto aqueles que já estão com três doses, ou quatro, também estão aptos a receber a bivalente – o que representará, neste último caso, a quinta aplicação.
Tomei a bivalente como terceira dose, posso tomar outra depois como quarta?
Segundo o informe técnico do ministério, a aplicação da dose bivalente, por ora, encerra o esquema vacinal. Isso quer dizer que, aqueles que receberem o novo reforço não podem voltar ao posto depois para tomar uma outra bivalente, ainda que ele tenha sido apenas a terceira dose.
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As regras podem mudar mediante decisão futura da pasta em relação ao cenário epidemiológico do Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora americana, permitiu recentemente um segundo reforço com a dose bivalente para idosos e imunocomprometidos.
Menores de 18 anos que não fazem parte dos grupos prioritários serão incluídos na campanha com a dose bivalente?
Por enquanto, o Ministério da Saúde indicou o reforço com a bivalente apenas para os grupos prioritários e para a população adulta. No entanto, o aval da Anvisa sobre as doses no Brasil é para todos acima de 12 anos.
De O Globo.
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