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Tecnologia traz avanços à medicina de precisão

Especialista em variantes genéticas, doutora Jéssica Vedovi explica sobre os avanços tecnológicos que impulsionam a identificação de genes associados a doenças neurológicas

O desenvolvimento tecnológico na área de sequenciamento de próxima geração (NGS) tem proporcionado avanços significativos na identificação de genes associados a doenças inflamatórias e neurodegenerativas. Essa metodologia tem se tornado mais acessível, possibilitando uma compreensão mais profunda da etiopatogenia e previsão do curso dessas doenças.

Doenças neuroinflamatórias e neurodegenerativas têm uma etiologia variável e herança complexa, frequentemente associadas a fatores de risco genéticos e ambientais. A medicina de precisão surge como uma abordagem para identificar esse risco genético, permitindo diagnósticos precoces e terapias mais eficazes, com impacto direto na incapacidade neurológica e desfecho a longo prazo.

Além disso, há diversas doenças neurológicas desencadeadas após infecções virais, como os fenótipos de desmielinização que mimetizam doenças autoimunes e neurodegenerativas. No entanto, a doutora Jéssica Vasques Raposo Vedovi, que é pesquisadora pós-doutoranda no Laboratório de Neurociência Translacional da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, defende que ainda há muito a ser desvendado em relação a essas manifestações. “Ainda é preciso estudar para identificar se são por ação direta do vírus ou uma resposta imune em indivíduos geneticamente susceptíveis”, explica.

Recentemente, a especialista participou de um estudo que acompanhou a população fluminense durante as epidemias de Zika (ZIKV) e Chikungunya (CHIKV), utilizando o sequenciamento de exoma total (WES). “Os resultados sugerem que o processo imunológico ligado à desmielinização do sistema nervoso central pós-Chikungunya pode ser geneticamente favorecido”, revela Jéssica.

De acordo com ela, projetos futuros visam identificar variantes genéticas associadas a desordens neuroinflamatórias autoimunes e neurodegenerativas utilizando ferramentas de ponta em medicina de precisão. “Esses avanços prometem abrir novos caminhos para diagnósticos e tratamentos mais eficazes dessas condições complexas”, projeta a profissional.

Sobre a profissional:

Jéssica Vasques Raposo Vedovi é pesquisadora pós-doutoranda no Laboratório de Neurociência Translacional da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, onde conduz linhas de pesquisa em análises genéticas (Sequenciamento de Nova Geração) e biomarcadores plasmáticos (SIMOA) associados a doenças desmielinizantes, condições neuroinflamatórias e infecções virais associadas a manifestações neurológicas, como a COVID-19.

Possui mestrado e doutorado em Biologia Parasitária pelo Instituto Oswaldo Cruz e participa de projetos de pesquisa sobre Herpesvírus em pacientes transplantados e sobre o uso da técnica CRISPR/Cas9 como antiviral pela Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Jéssica também conduz pesquisas no Instituto Oswaldo Cruz desde 2013 com projetos envolvendo um novo tratamento para Encefalite Herpética. Graduada em biologia, leciona desde 2013 em diferentes níveis educacionais, desde o ensino fundamental até o ensino médio e universitário.