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Política

Deputado ameaçado de expulsão pelo PL é empresário de forró e já foi preso

Uma foto em que o deputado federal Yury do Paredão (PL-CE) aparece “fazendo o L” ao lado de ministros do ex-presidente Lula da Silva (PT) despertou ira na sigla comandada por Valdemar Costa Neto, da qual faz parte o atual presidente Jair Bolsonaro.

Valdemar, inclusive, anunciou que pedirá ao diretório estadual no Ceará que providencie a expulsão do deputado federal eleito no ano passado, mas licenciado do posto desde o fim de junho.

Antes, Yury já havia gerado desconforto na legenda ao posar com o próprio presidente Lula e por marcar presença, enquanto ainda era pré-candidato à Câmara, em um evento da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Juazeiro do Norte, sua cidade natal.

Ainda não está claro se Yury será expulso do PL. No entanto, a foto com os ministros do PT é um duro golpe para a imagem do deputado e do partido.

A atuação política do parlamentar, no entanto, é recente. Hoje com 34 anos, ele foi eleito pela primeira vez em 2022. Antes, fez carreira como empresário e produtor do ramo musical — atividade que lhe rendeu o apelido usado nas urnas. O escritório do hoje parlamentar foi o responsável por lançar, entre outros nomes, o cantor Jonas Esticado, também de Juazeiro do Norte, uma das principais estrelas do forró no país na atualidade.

Yury chegou a passar uma semana preso, em 2018, depois que um vídeo no qual ele aparecia atirando na direção de um funcionário em uma fazenda no Ceará viralizou nas redes sociais. “Vamos ver se ele tem cócegas agora”, dizia uma voz ao fundo da gravação, enquanto o empregado tentava se proteger, e outros homens riam da suposta brincadeira.No fim do ano passado, recém-eleito deputado, Yury do Paredão envolveu-se em um novo escândalo. Na ocasião, a Polícia Federal cumpriu dez mandados de busca de apreensão e dois de prisão preventiva contra suspeitos de diversos crimes contra a administração pública, como fraude em licitações e lavagem de dinheiro.

Segundo a PF divulgou à época, o crime ocorreu em contratos firmados pela Prefeitura de Ouricuri, em Pernambuco, com empresas prestadoras de serviços sediadas nos estados do Pernambuco e do Ceará. Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido na residência de Yury do Paredão, que negou irregularidades: “É meu dever cívico dirimir qualquer dúvida que exista por parte das instituições”, pontuou à época, por nota. “Sigo no meu dia a dia com as minhas atividades e ciente de que transparência e prestação de contas são premissas fundamentais do homem público”, continuou.

Em março deste ano, já como parlamentar, Yury viu uma tragédia recair sobre sua família. A irmã dele, a médica e vereadora por Juazeiro Yanny Brena — eleita dois anos antes com amplo apoio do empresário —, foi encontrada morta ao lado do namorado, Rickson Pinto.

De O Globo.